4.10.06

Sopre-se pelo buraco da fechadura do progresso

Sopre-se pelo buraco da fechadura do progresso,
Do tempo frio e seco da ausência
Dos termos necessários à sobrevivência,
Meu apelo descoordenado sendo,
Ausente e distante e eterno.

Ternas carnes no matadouro
Armado com pressa, empurrões e stress,
Tapam o buraco do sopro lento
Cientes, hmm talvez, do acontece,
Surpreendem-se, não com a semente,
Mas com o rebento.

Fogem, também, lágrimas de fontes secas.
Precipícios que miram lugar algum.
Sons perdidos, achados em ouvidos
De quem não pediu para os sentir.
Não ouves também?
É uma morte a nascer aos gritos
(Como é trocada por magia!)
Um jogo contínuo viciado pela vida,
Um som perdido apaixonado por um ouvido,
Que por cheio estar não o ouve,
Espreita o precipício e vê
Que foram as lágrimas
Que secaram as fontes.