4.10.06

Avida

Que sonho é este que continua a fazer nascer o sol,
As flores em campos minados pelo frio gelado,
Os meninos espalhados pelos cantos da geo-política?
As luzes apagam-se depois da história contada,
Amanhã inventa-se outra que as esponjas engordam,
O pequeno torna-se grande para murchar um dia,
Mas o astro está lá sempre quente.
Deve valer a pena nascer
Deve valer a pena caminhar vivo
Pelos espinhos da rosa
Que quer ser cheirada mas não tocada.
O cego que não quer ver
Acende uma vela no quarto
E reza para que outros não vejam
O que vê ser uma invenção de mau gosto,
Mas agora não quer ver
Que as histórias que lhe contaram
Eram de um confortável ventre materno
Nunca violado e fofo,
Eram de uma fantasia acossada pela realidade
Mais tarde invasora de uma vida.