4.10.06

Agora vou remar


Agora vou remar, agora vou isto,
Agora vou aquilo, seguras no espelho
Por gosto ou por necessidade?
Ver-me a vir de além
De um caminho invisível
Aos olhos dos que não querem ver.
Esperam que passemos.
Sorrateiramente, passam por lá,
Apanham os tiques e tudo.
Prefiro ir do lado de lá do tapete,
Contando que não pisem o rolo.
Agora vou ver a rota,
Não iremos bater numa ilha,
Ou num espelho.
Ficas tu a remar ou queres ver tudo?
Não vá esconder algo de ti,
Pelo sim pelo não,
Escondes coisas de ti.
Mesmo no motim havia mãos ao leme,
Cabelos ao vento e ordens a cumprir.
Agora vou remar, agora vou dormir,
Seguro num espelho a ver-me acordar.