31.12.06

Vómito

Servidas em bandejas de ferro
Estavam esses frutos de cores variadas,
Nunca antes vistos neste planeta,
Por isso impossíveis de descrever.
Pretendo voar sem asas de espírito,
Como se de água se tratasse.
Que faz um poema não ter sentido?
Mais revoltados por não voarem
Estarão os pinguins.
Mais tristes que as crianças
Que trabalham de sol a sol
Quem poderá estar?
Mas que raio caiu sobre este planeta
Que fez murchar o capitalismo?
O sonho, tornado, pesadelo,
A brisa crescida em tempestade.
Soam alto os sons da dor interior
Desta gente acente no medo.
A doença dos que têm tudo
O necessário para viver.
Vomito! Vomito! Vomito!
Pronto, agora o estômago encontra
O vazio que tanto combateu.
O palco recorda momentos de glória,
Momentos inocentes da guerra mental.
A batalha eterna do amor contra o medo
Passou a ser definitiva e cruel.
Agora sentes-te no campo de batalha?
Sabes qual é a estratégia a seguir?
Que escolhe o teu espírito,
Amor ou medo?