E o espanto das horas
Que demorava a sombra
A abandonar aquele canto.
E ficava ali sentado
O vaso reclinado
Branco com um cacto.
A sombra ia e vinha
Como a poeira nos ombros do santo,
Varrida pela cortina a custo
Nos dias agitados pelo tédio.
Ouve-se o despertador no poema,
A cortina liberta-se da janela
E cai num pranto lento
No meio do chão poeirento,
O vaso lança-se para um inútil estrondo.
A parede doente de sombra
Agradece os reflexos do vaso
E o cacto promete ficar espetado
Por muito tempo.
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