21.3.07

O campo circula pelo ar

O campo circula pelo ar
Porque a terra gira com ele,
A caneta permanece atónita
Ao papel a passar por ela,
Como vento pela tua cabeça.
O pintor que pinta o texto
Permite ao poeta pintar o sol,
Que se-lhe-é alguém
A fazê-lo com uma caneta.
Os governos poderão provocar as massas
Para se permitirem esmagá-las.
Chegam energias endereçadas a mim
Que não foram pedidas nem achadas.
Deixar-se achar, aliás,
Será uma saída firme
Para uma ponte frágil.
Regresso a mim depois do mergulho,
Deixando ao ar a possibilidade
De se expandir em mim.
Ao boiarmos ao firmamento
Pomos a água a ver,
O mundo a volver
E o sol a arder.

Insisto continuar,
O avant-finalle,
A primeira coisa após,
O último soldado a postos.
O nada, ser como dantes.

11-12-02